Portuguese accents

Hana   Sat May 16, 2009 3:39 pm GMT
Why is still used the circumflex accent in Portuguese?
I know there are some differences in use in Portugal and in Brazil, but it's useless.
On the other hand, in French it represents the language history (la tête from testa), but in Portuguese?
Anne   Sat May 16, 2009 4:01 pm GMT
Kess   Sat May 16, 2009 6:28 pm GMT
In Brazilian Portuguese, Circumflex accent can mean:

1. a nasalized pronunciation (before M,N,NH), as in câmara, cânhamo, sônico, contêm, têm...
2. closed oral pronunciation, (in other situations) as in esôfago, avô
Ana   Sat May 16, 2009 6:33 pm GMT
No Brasil, em nossa escrita, as vogais são representadas, na maioria dos casos, com grafemas básicos sem diacríticos (a, e, i, o, u). Uma quantidade reduzida de vogais, porém, é representada com o uso dos acentos agudo e circunflexo (á, â, é, ê, í, ó, ô, ú). As razões normalmente invocadas para o uso dos acentos na nossa escrita podem ser resumidas, grosso modo, da seguinte forma: acentua-se a Vogal da Sílaba mais intensa entre as três últimas da Palavra sempre que isso for necessário para orientar o leitor quanto à intensidade da Sílaba, quanto ao timbre da Vogal, se aberto ou fechado e, em certos casos, para diferenciar entre dois Sentidos distintos para a Palavra.


As motivações tradicionais para o uso dos acentos já estão superadas. Podem ter sido importantes em outra época, mas na realidade atual do idioma, as regras de acentuação soam arbitrárias. Basta uma análise ligeira para perceber que quem definiu as regras da nossa ortografia selecionou arbitrariamente os casos em que o leitor supostamente precisa de orientação quanto ao timbre da Vogal e à posição da Sílaba tônica.


Da mesma forma, os casos em que se usa o chamado acento diferencial também foram definidos arbitrariamente. Além disso, concluiu-se erroneamente que o leitor precisa ser orientado sobre essas informações. O leitor identifica as características das vogais nos casos em que não se usa acento e que são a maioria, então por que não as identificaria nas posições em que o acento é usado?


Apesar de as razões tradicionais para uso dos acentos não serem razoáveis, as regras de acentuação continuam sendo exigidas em contextos formais e, por isso, vamos a elas.

As regras de uso dos acentos agudo e circunflexo são as seguintes:

Uso do acento agudo: O acento agudo é usado na representação das vogais abertas /á/, /é/, /ó/ e também de /i/ e /u/. Exemplos: água, época, óbvio, ícone e útil. Além disso, o acento agudo aparece nos dígrafos ín, ím, ún, e úm, que representam vogais nasais. Exemplos: índio, ímpio, único e plúmbeo.


Uso do acento circunflexo: O acento circunflexo é usado na representação das vogais fechadas /â/, /ê/ e /ô/. Exemplos: âmago, convênio e complô. Além disso, aparece nos dígrafos âm, ân, êm, ên, ôm e ôn, que representam vogais nasais. Exemplos: âmbar, ânfora, êmbolo, ênfase, cômputo e côncavo.


Os acentos agudo e circunflexo só ocorrem na Sílaba mais intensa entre as três últimas da Palavra. Por exemplo: a Palavra com-ple-tí-ssi-mo tem duas sílabas com intensidade destacada, mas só a última apresenta Grafema com acento porque está entre as três últimas da Palavra. A conseqüência dessa regra é que só se pode usar um acento por Palavra.

No Brasil todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. Por exemplo: bálsamo, câmara, sétimo, trêmulo, cítrico, próximo, cômodo e último. Esta regra se estende aos dígrafos que representam vogais nasais como em: ímpeto e êmbolo.


Já as paroxítonas, possuem apenas uma parte do grupo acentuada e há várias regras a seguir neste caso. São acentuadas as palavras paroxítonas que terminam com: semivogal + Vogal ou vice-versa, seguida ou não de /s/. Exemplos: sábia /’sá-byá/, ébrios /’é-bryôs/ lírio /’li-ryô/, ópio /’ó-pyô/, vácuo /’vá-cwô/, réguas /’ré-gwás/ e jóquei /’jó-kêy/. Esta regra se estende aos dígrafos que representam vogais nasais como em: índio /’&297;-dyô/e câmbio /’câ-byô/. /i/, /u/ ou /&361;/, seguidas ou não por /s/.

Exemplos: cáqui, tênis, bônus, júri, álbuns, fórum. Esta regra se estende a dígrafos que representam vogais nasais como em dândi. Grafemas ã ou ão, seguidos ou não por /s/. Exemplos: ímã, bênção e órgãos. grafemas l, n, r, x, t e ps. Exemplos: afável, terrível, hífen, hímen, próton, éter, açúcar, córtex, látex, superávit, bíceps e fórceps A regra se estende aos dígrafos que representam vogais nasais como âmbar. O plural dessas palavras, quando resulta em paroxítona é acentuado, salvo exceções como hifens.

Nas oxítonas apenas algumas palavras são acentuadas. Vejamos as regras: São acentuadas as palavras oxítonas que terminam com /á/, /é/, /ê/, /ó/, /ô/, seguidas ou não de /s/. Exemplos: dá, vatapá, fé, acarajés, lê, crê, dendê, bisavó e bibelôs.

Estão incluídas nesta regra flexões verbais que perdem o Fonema final diante dos Pronomes oblíquos lo, la, los e las. Exemplos: contá-la, escrevê-la e pô-lo. São acentuadas as oxítonas com duas sílabas ou mais que terminam com /&7869;/ ou /&7869;y/, seguidos ou não de /s/. Exemplos: também, /tã-‘b&7869;y/, mantém /mã-‘t&7869;y/ parabéns /pá-rá-‘b&7869;s/, etc. Observe que, neste caso, o acento usado é o agudo, mas a pronúncia da Vogal é fechada. Não são acentuadas as monossilábicas bem, tem, cem, etc.

As flexões de terceira pessoa singular de verbos como: obtém, convém e retém, seguem a regra. As flexões de terceira pessoa plural, porém, são acentuadas com acento circunflexo. Exemplos: obtêm, convêm e retêm.

No Brasil temos duas regras ligadas a vogais contíguas. Levam acento, palavras em que a Sílaba intensa apresenta /u/ antecedido pelos grafemas g ou q e seguido de Vogal. Exemplos: argúi e averigúe. Levam acento as palavras em que a Sílaba intensa apresenta /i/ ou /u/ antecedidos de outra Vogal. Exemplos: Heroína, país, saúde e viúvo. Essa regra é válida para vogais orais. A regra não se estende a palavras como contribuinte e ruim, que apresentam vogais nasais na Sílaba tônica, representadas pelos dígrafos in e im. Existem algumas exceções à regra.

Não são acentuadas as palavras que seguem esta regra se após /i/ ou /u/ tivermos, na mesma Sílaba, /r/ ou /s/. Exemplos: diluir e juiz. Não são acentuadas as palavras que seguem essa regra, mas apresentam após /i/ ou /u/, na Sílaba seguinte, o Fonema /ñ/. Exemplos: ladainha e tainha. Não levam acento as palavras que seguem esta regra, se /i/ e /u/ forem seguidos de semivogal. Exemplo: contribuiu. Sílabas intensas que apresentam /ê&7869;/ ou /ôô/ São acentuadas as palavras que contêm tais seqüências. Por exemplo: crêem, dêem, enjôo e abençôo. Sílabas intensas que apresentam /éy/, /éw/ ou /óy/ são acentuadas. Exemplos:fiéis, réu, tabaréu, chapéu, jóia e paranóia.

No Português do Brasil usa-se acento diferencial em algumas palavras, supostamente para diferenciá-las de outras com grafia idêntica, exceto pelo acento. Esse recurso é usado, por exemplo, para diferenciar entre duas flexões verbais como em: vem (singular) e vêm (plural). Em alguns casos, temos fonemas distintos, em outros não.

Exemplo: As palavras. Ás do volante. Siga pela estrada. Péla de borracha. Entrada pelo portão principal. Pêlo de barba. Tenho medo que me pélo. Vá para casa. O carro pára na esquina. Ele pode vencer mas é improvável. Ele pôde vencer porque se esforçou. Cidade pólo regional. O pequeno pôlo bateu as asas. Venha por aqui. Vamos pôr combustível no tanque. Ele sabe o porquê do problema Vou porque quero. Ele tem um bom carro. Eles têm uma bela casa. Paulo vem para o almoço. Eles vêm para o almoço.

Palavras monossilábicas de intensidade fraca como: Tente encontrá-la. Doce de leite. Concentre-se. Não são acentuadas, embora aparentemente atendam à regra de acentuação das palavras oxítonas. Diferentemente, são acentuadas as seguintes: Encontro você lá. Dê-me o livro. Sê correto. Catedral da sé.

A diferença está na intensidade da Sílaba que compõe a Palavra. Na primeira série, temos palavras monossilábicas, pronunciadas sempre em uma intensidade mais fraca que a das sílabas próximas de palavras adjacentes. Pela nossa ortografia brasileira, palavras monossilábicas de intensidade fraca não são acentuadas.