General Brazilian Portuguese

Catita   Mon Aug 03, 2009 6:13 am GMT
o Brasil se fala "No" Cabo Verde e não "Em" Cabo Verde.//

Mentira. Só as pessoas que nunca estudaram falam ''no Cabo Verde, no Israel, na Angola, e na Cuba''

Cabo nunca leva o artigo:

Ela mora em Cabo Frio. (cidade fluminense). Nunca: No Cabo Frio.
Ela mora em Cabo Verde. (país africano). Nunca: No Cabo Verde.
J.C.   Mon Aug 03, 2009 9:32 am GMT
"É pura lenda que no Brasil não tem dialetos."

Catita: Antes de responder à sua pergunta creio que há necessidade de esclarecer o que seja "dialeto" e "falar" pois você parece estar mesclando os dois.

"Dialeto" seria um sistema de sinais desgarrado de uma língua comum, viva ou desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma forte diferenciação diante dos outros da mesma origem. De modo secundário, poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de outra, que não alcançam a categoria de língua.

"Falar" seria a peculiaridade expressiva própria de uma região e que não apresenta o grau de coerência alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com manifestações orais.

Para complementar a definição de dialeto, a fim de ser considerado como tal este deve ser incompreensível para pessoas de outras regiões.



"A.Amaral ''Dialeto caipira''
http://www.biblio.com.br/conteudo/amadeuamaral/modialetocaipira.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto_caipira "

Após olha este arquivo só confirmei mais a minha teoria sobre NÍVEL EDUCACIONAL pois somente vi deficiências na conjugação verbal e o "cê é" é falado também no Rio de Janeiro por pessoas de baixo nível educacional.

"Other dialects, like that from Helvécia, known by linguists all around the globe "

Então me ache um dialeto brasileiro impossível de compreender e darei o braço a torcer. Caso contrário afirmo que não há DIALETOS no Brasil. Há somente "falares", que refletem a cultura da região e também mostram a influência étnica do local. Assim sendo, é claro que haverá algumas palavras diferentes na Bahia visto que há uma forte influência africana enquanto que na Amazônia haverá palavras de origem indígena devido à composição étnica da região. Mas isto somente resultará em VOCABULÁRIO diferente em algumas áreas e jamais comprometerá a comunicação.


"A preposição NI no dialeto afrobrasileiro de Helvécia (Bahia)
http://www.hum.uva.nl/spcl2007/object.cfm/objectid=66DB31FE-A53D-49BD-A680A58B90F65369/download=true "

Não vejo nada de especial ou alienígena nisto pois entendo PERFEITAMENTE o que está dito e reitero que esse é um linguajar de pessoas não muito instruídas e não é típico da Bahia pois lembro-me de ter ouvido "Ele bateu NI mim", que é exatamente igual a substituição da preposição EM no artigo supracitado. Pra dizer a verdade isso não me assusta pois o Rio de Janeiro foi o SEGUNDO estado com a maior entrada de africanos após a Bahia. Com certeza o pesquisador deste arquivo não conhece o português carioca ou ou o ignorou a fim de poder publicar sua "descoberta".



"Brazil has many accents (sotaques), many dialects, and many languages.
Ethnologue report for Brazil:

http://www.ethnologue.com/show_country.asp?name=Br

The number of individual languages listed for Brazil is 236. Of those, 181 are living languages and 55 have no known speakers."

Não comece a desvirtuar o assunto pois estou me referindo às variações regionais da LÍNGUA PORTUGUESA. É claro que existem várias línguas no Brasil mas não preciso aprendê-las para viver ou trabalhar no Brasil e reafirmo que não há dificuldade na compreensão de falantes(de português brasileiro) em situações formais.

Termino com uma citação do livro de Paul Teyssier (História da Língua Portuguesa):
|As divisões "dialetais" no Brasil são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultura originários de DUAS REGIÕES DISTANTES(grifo meu) uma da outra|


Um abraço
Evinória   Tue Aug 04, 2009 3:28 am GMT
J.C.


Novamente postando de forma coerente e crítica! Parabéns!
Catita   Tue Aug 04, 2009 12:35 pm GMT
''As used in linguistics, the term DIALECT is merely a neutral way to designate the speech of a region or a social group''.

http://books.google.com/books?id=tWk6gpv8ep0C&pg=PA183&dq=brazilian+dialect+azevedo&client=firefox-a&hl=pt-BR#v=onepage&q=&f=false

Portuguese Language (A linguistic introduction)
by Milton Mariano Azevedo
Cambridge University Press
Veruska   Tue Aug 04, 2009 1:26 pm GMT
Historicamente o brasileiro não tem costume de ler, não tem afeição ao livro, literário ou técnico. A leitura não é encarada como algo que faz parte do dia-a-dia, e sim como uma necessidade que foge da vida normal, e é assim até mesmo entre as classes mais favorecidas. Não se deve menosprezar o fato de que a imprensa, inventada no século XV, chegou a este país no começo do século XIX, ou que uma universidade, que as colônias castelhanas já tinham desde o XVI, só se instituiu aqui no começo do XX. Enquanto o Brasil foi um país rural o comum era “fazer” um bacharel numa família de dez. Definitivamente, o ensino básico é uma instituição que se democratizou em correspondência com a Democracia contemporânea, isto é, do fim da década de 80 para cá, de modo que só agora realmente podemos começar a discutir a qualidade, e por isso mesmo a conveniência, a meu ver, das discussões que o governo federal tem levado a cabo em torno do sacramentalismo do vestibular, o papel do ENEM, a estrutura do ensino médio e o famigerado sistema de quotas.
Evinória   Tue Aug 04, 2009 5:12 pm GMT
Para começar não se escreve "quotas" e sim "cotas".

Não é exclusividade dos brasileiros o fato de não gostar de ler. A resposta não é simples, parece-me tratar-se de múltiplos fatores, senão, vejamos:


1) Ambiente familiar: Pais não lêem e não estimulam os filhos. Ler torna-se exceção em um lar típico do Brasil;

2) Situação econômica: acredito ter a sua influência, no entanto, temos bibliotecas públicas aos montes;

3) Ambiente escolar: Erro grave no ensino da nossa língua, onde é supervalorizada a gramática em detrimento da interpretação de textos. Necessita-se de mais estímulos, organizando grupos de interpretação de textos, gincanas, tarefas individuais e em grupos, premiações etc;

4) Apoio governamental: O Brasil é um país dos contrastes. Muitas escolas públicas infelizmente carecem de qualidade e de recursos, seja na própria escola, seja nos alunos que a frequentam. O Governo deveria investir mais na educação pública. Dinheiro para isso o Brasil possui com sobras. Igualdade para todos;

5) Concorrência injusta: A televisão que concilia o áudio com o vídeo, assim como o computador, são tecnologias que chegaram para criar na mente das crianças uma prisão tecnológica. Infelizmente elas ainda não bem aproveitadas em boa parte do Mundo. É rara ver jovens usando o computador para estudo, ao invés de jogos como GTA IV ou Crysis. Essa é a realidade!

Estes são poucos itens que, no momento, são importantes fatores que participam da nossa inércia na arte leitura. Fico feliz ,porém, ao constatar que essa situação está mudando no Brasil. Logo teremos muito o que comemorar!


Abraços!
Evinória   Tue Aug 04, 2009 5:20 pm GMT
Além disso no Brasil não existem dialetos. O que temos no Brasil são acentos diferentes e regionalismos. Porque se falássemos dialetos, não nos entenderíamos. E podemos comprender perfeitamente a fala de qualquer região.

" Brasil é o maior país de língua portuguesa, responsável por mais de 3/4 dos falantes da nossa língua. Some-se a isso o fato de não contarmos com dialetos em nosso vasto território, sendo perfeitamente inteligível a fala de um cearense do Vale do Jaguaribe a um gaúcho de Bajé ou a um carioca de Ipanema, e vice-versa."


http://www.viegasdacosta.hpg.ig.com.br/amigos/lm_portuguesa.htm
Evinória   Tue Aug 04, 2009 5:22 pm GMT
""É comum aceitar-se que ao final do século VIII a língua portuguesa (ou galego-portuguesa) já estava constituída, diferente do latim vulgar, que a engendrou e dos demais romances peninsulares ibéricos. Esse é o protoportuguês, que se pode observar nas documentações em latim bárbaro, ou seja, após a queda do Império Romano do Ocidente.

Num documento em latim bárbaro, datado de 1161, o escrivão introduziu uma frase inteira cujos componentes são já galego-portugueses: deslo rivoll até no rego que vai porla vila.

As invasões germânicas (século V) e a invasão moura (século VIII) marcaram profundamente a futura feição da língua galego-portuguesa.

A língua portuguesa teve seu berço na Galiza, território ao norte de Portugal, a partir da Reconquista, ou seja, com a emancipação das terras que se encontravam em poder dos árabes, que invadiram a península no ano de 711 e dali só foram definitivamente expulsos em 1492, com a queda do califado de Granada, na Andaluzia.

É comum, portanto, o emprego de galego-português para designar esta língua, mesmo porque, tratando-se de textos antigos, não há como separar os dois idiomas. Na realidade, foi em galego-português que se redigiram os primeiros documentos e os primeiros textos literários no oeste da península ibérica, inclusive na corte de Madrid, o que atesta o enorme prestígio de que desfrutava a nossa língua na Idade Média.

Dom Afonso X, o Sábio, rei de Castela, usou a língua galego-portuguesa para os seus escritos, poemas líricos, profanos e religiosos de grande beleza. Ademais, foi em galego português que poetaram muitos outros escritores medievais da Espanha e mesmo de outras nações, como a Itália!

Com a independência de Portugal, por Dom Afonso Henriques, em 1147, o português se propagou a partir do norte e se mesclou com os falares neolatinos do sul da Lusitânia, os chamados romanços moçarábicos, passando, aos poucos, a formar o idioma português propriamente dito (cerca de 1350), que difere algo do galego original, que, por assim dizer, fossilizou velhas formas arcaicas e regionalismos da língua, ainda hoje em uso pelos escritores galegos.

A Língua Portuguesa, no auge das conquistas marítimas, se propagou pelos cinco continentes. Até mesmo na longínqua Oceania, na Ilha de Timor, até recentemente sob domínio da Indonésia, a língua de Camões é escrita e falada. (...)

Atualmente o idioma português desfruta de grande prestígio internacional, tendo sido recentemente adotado pela Organização das Nações Unidas como língua de trabalho, a par do chinês, inglês, russo, francês, árabe e espanhol.

O Brasil é o maior país de língua portuguesa, responsável por mais de 3/4 dos falantes da nossa língua. Some-se a isso o fato de não contarmos com dialetos em nosso vasto território, sendo perfeitamente inteligível a fala de um cearense do Vale do Jaguaribe a um gaúcho de Bajé ou a um carioca de Ipanema, e vice-versa.

O português do Brasil é, isto sim, um idioma extremamente enriquecido com os aportes indígenas e africanos, que modelaram, deram um retoque final à nossa língua, enchendo-a de graça e suavidade.

Vários dialetos subsistem, porém, no português continental, ou seja, europeu. Em Portugal, cumpre citar os dialetos do Minho, de Trás-os-Montes, da Beira, da Extremadura, do Alentejo e do Algarve. Depois, os dialetos insulares da Madeira e dos Açores, além dos falares crioulos de Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Senegal, Cabo Verde, Angola e Moçambique, na África. Citamos ainda o português de Macau (China), os quase extintos dialetos de Diu, Damão e Goa, na costa ocidental da Índia e o dialeto português de Malaca. Recentemente Timor Leste tornou-se independente. Espera-se que aí o português ganhe novo impulso, como língua oficial. Há ainda o judeo-português na Holanda, parcialmente utilizado pelos descendentes dos hebreus que foram, expulsos de Portugal no século XVI e ali se estabeleceram.

A língua portuguesa é ainda utilizada por núcleos de imigrantes, principalmente nos Estados Unidos, onde possuem um jornal (há também jornais dirigidos a brasileiros), no Canadá, na Venezuela, além de aproximadamente 1 milhão de portugueses hoje residentes na França, principalmente em Paris.

Por fim, lembremos que o papiamento (do português papear), provavelmente uma das mais novas línguas literárias do mundo, tem um fundo lexical português-espanhol, com cerca de 45%, contra cerca de 25% holandês e o restante de línguas africanas, do francês e do inglês. Sua estrutura gramatical é, entretanto, predominantemente africana.

Até hoje, nas Antilhas Holandesas (Curaçao, Bonaire e Aruba)um movimento visando à normatização do papiamento, por intermédio do Instituto Lingwistiko Antiano, com sede em Willemstad, capital das Antilhas Holandesas.

Ressalte-se ainda que, ao contrário do que ocorre com outros falares crioulos do Caribe, o papiamento conta com uma expressiva literatura já desde o século XIX.

A figura canônica da literatura em língua portuguesa é Luís Vaz de Camões e a obra "Os Lusíadas", mas os nomes que dignificam uma e outra (a língua e a literatura) são incontáveis. Citemos um nome apenas: José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998.""

FONTE: Maia, Luciano. ALMANAQUE NEOLATINO. Fortaleza: UFC / Casa de José de Alencar, 2002, p. 33-35.
Neca Odara   Mon Aug 10, 2009 5:43 pm GMT
Devemos muito aos nossos patrícios Portugueses e toda e qualquer comemoração que houver para celebrar o "descobrimento" do Brasil é pouco:
- Devemos aos Portugueses 400 anos de exploração, depreciação, monopólio e escoamento de nossas riquezes;
-Devemos aos Portugueses 400 anos em que eles transformaram nosso país no bordél deles: mandando putas, criminosos, doentes e degredados de Portugal;
-Devemos à eles uma cultura de corrupção, roubo, violência e patriarcado;
- Devemos aos Portugueses milhões de índios que foram mortos barbaramente ou sucumbiram mediante às doenças que eles traziam de além-mar;
- Devemos aos Portugueses os milhares de negros trazidos da África, escravos, que hoje seus descedentes agradecem aos portugueses nos morros e favelas Brasil a fora;
- Devemos agradecer aos Portugueses os séculos de pau-brasil, cana-de-açucar e minérios preciosos que foram "delicadamente" roubados que serviram para construir palácios, pontes, pavimentar o centro histórico de Lisboa e sustentar o luxo parasita da côrte portuguesa e também ajudaram a pagar as dívidas que Portugal tinha para com a Inglaterra;
- Devemos agradecer ao saque que D.João VI fez nos cofres brasileiros ao retornar para Portugal, deixando o Brasil na Bancarrôta!
ember   Mon Aug 10, 2009 5:48 pm GMT
Neca Odara

Devemos aos portugueses a sua tolice e ignorancia?
Evinória   Mon Aug 10, 2009 6:21 pm GMT
Neca Odara


Por favor este é um fórum de línguas. Eu como brasileira, compartilho de muitos sentimentos iguais aos teus, mas por favor, respeite os nossos amigos que aqui estão. Sem respeito, dá-se início à violência. Portanto amigo não toquemos nesse assunto porque eles não condizem com a proposta do Fórum!


No demais, espero que você amadureça suas ideias e perceba que a maior culpa por nossa atual situação é nossa mesmo. Porque não saímos às ruas para protestar? Porque não fazemos abaixo assinados? Porque apenas jogar a culpa no nordestino, no português, no estadunidense e no europeu?

Sim eles exploraram o Brasil no passado. Roubar não roubaram, pois o Brasil pertencia de fato a Portugal, e portanto não se rouba algo que te pertence, correto? Mas de qualquer maneira, Portugal foi infeliz ao povoar nosso País utilizando-se da forma de colonização adjetivada com Exploração. Não vieram para povoar ou nos tornar prósperos e sim para nos retirar riquezas e tentar enriquecer a metrópole. Em Portugal nunca se teve a ideia de que Brasil e Portugal eram a mesma coisa, mas apenas que o Brasil pertencia a Portugal e servia para lhe fornecer ouro e outras preciosidades, para que o tal pudesse pagar suas dívidas.

De qualquer maneira, lá se vão quase duzentos anos. Tempo o bastante para nos recuperarmos. Mas é difícil desatar os nós das amarras do Subdesenvolvimento. O nosso maior problema hoje em dia, para desatar esses nós são Países como EUA, a União Européia e até mesmo Países visinhos pequenos e nossa elite oligáquica.

Nota amigo, que aos poucos esses nós estão se desfazendo, um por um até que nenhum reste. Breve está o dia em que nosso País será uma potência e nosso povo gozará de qualidade de vida excelente. Por isso, deixemos os ressentimentos nazifacistas para trás, vamos tentar nos ater no presente.


Porque o Futuro é uma incógnita, o Passado já não existe e apenas o Agora é onde vivemos... Por isso se chama presente!

Façamos do nosso presente uma verdadeira festa! Vivendo felizes, porque isso é o que importa! De nada adianta dinheiro, ser potência ou ser melhor que os outros, se nosso povo não for feliz. E isso todo brasileiro sabe de cór.